Santa Catarina já registra 21.663 focos do mosquito Aedes aegypti em 209 municípios, de 1º de janeiro a 15 de março, segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive). Desse total, foram confirmados mais de 1,7 mil casos de dengue e seis de chikungunya no Estado. A morte de uma mulher de 34 anos, em Florianópolis, foi a primeira confirmada neste ano pela dengue. Outras duas mortes em Palhoça, de um homem de 70 anos e de uma mulher de 67 anos, ambas no início de março, ainda estão sob investigação. Por conta disso, a diretora de Saúde do Poder Judiciário de Santa Catarina (PJSC), médica Graciela de Oliveira Richter Schmidt, alerta para os cuidados de prevenção para com a epidemia de dengue.
Em relação à situação entomológica, 145 municípios foram considerados infestados, o que representa um incremento de 21,9% em relação ao mesmo período de 2022. Diante do cenário, a Defesa Civil do Estado divulgou um alerta que classifica o risco como muito alto para a dengue no território catarinense. “O ideal é evitar as regiões com muitos mosquitos, especialmente durante o dia, pois o Aedes aegypti costuma ter hábitos diurnos. Para evitar as picadas do mosquito, recomenda-se o uso de repelentes e de roupas protetoras”, aconselha a diretora do PJSC.
A dengue é uma doença transmitida por mosquitos Aedes aegypti infectados com o vírus. Semelhantes a outros casos virais, os sintomas da dengue incluem febre alta de início súbito, dores osteomusculares, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, falta de apetite, náuseas, vômitos, diarreia, manchas vermelhas no corpo e erupção cutânea. Nos casos mais graves, a dengue pode causar hemorragia e levar à morte.
A diretora de Saúde também adverte que, em caso de suspeita de dengue, “não tome medicamentos sem prescrição médica”. Isso porque alguns remédios, como anti-inflamatórios e ácido acetilsalicílico (popularmente conhecido como AAS ou aspirina), aumentam o risco de sangramento em infectados pela doença. A orientação é manter a ingestão de líquidos de maneira abundante, porque em casos graves a dengue pode provocar desidratação.
O município com o maior número de focos é Joinville, com 3.548 ocorrências. Na sequência, Florianópolis tem 2.399 focos, e em São José são 1.160. Em Palhoça, a Dive registrou mais 910 focos.
Mais casos entre crianças e adolescentes
Na última quinta-feira (16), a Dive divulgou o perfil dos casos confirmados de dengue no Estado. O perfil epidemiológico em 2023, comparado com o do ano passado, apresenta uma proporção maior de casos registrados em crianças e adolescentes de zero a 19 anos de idade. O registro da doença nessa faixa etária passou de 19% para 26,2% dos casos.
Além disso, o número de casos com sinais de alarme para cada 100 casos de dengue aumentou nessa faixa etária - de 1,7 passou para 6,7. O mesmo se reflete nas hospitalizações. Enquanto 2,5% dos casos na população em geral resultam em internação, nas pessoas entre zero e 19 anos a taxa já alcança 31,4%.
“A dengue na criança pode ser assintomática. Ou ela pode apresentar um quadro febril agudo ou ainda sinais e sintomas inespecíficos, tais como fraqueza, fadiga, sonolência, recusa da alimentação e de líquidos, vômitos, diarreia ou fezes amolecidas”, alerta Fábio Gaudenzi, médico infectologista e superintendente de Vigilância em Saúde de SC.
A nota também traz um alerta sobre outros sinais e sintomas da doença em menores de dois anos de idade: choro persistente, adinamia (fraqueza muscular) e irritabilidade, podendo ser confundidos com outros quadros infecciosos frequentes nessa faixa etária.
O que fazer?
• Evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usar, coloque areia até a borda;
• Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;
• Mantenha lixeiras tampadas;
• Deixe os tanques utilizados para armazenar água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água;
• Trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana;
• Mantenha ralos fechados e desentupidos;
• Lave com escova os potes de comida e de água dos animais, no mínimo uma vez por semana;
• Retire a água acumulada em lajes;
• Limpe as calhas, evitando que galhos ou outros objetos não permitam o escoamento adequado da água;
• Dê descarga, no mínimo uma vez por semana, em vasos sanitários pouco usados e mantenha a tampa sempre fechada;
• Evite acumular entulhos, pois podem se tornar criadouros do mosquito.
Fonte: Dive/SC